domingo, 2 de outubro de 2011

Falar/Ouvir/Escutar

Saber ouvir é muito mais importante do que falar. Existe um provérbio indiano que diz”Quando falares, procura que as tuas palavras sejam melhores que o silêncio”.
 Uma das caraterísticas relevantes e que definem o ser humano no seu quotidiano é saber ouvir/escutar os outros. Saber escutar é muito, muito importante, mas nem sempre é fácil. Escutar sem interromper, o olhar atento e interessado, a postura ou o silêncio necessário e precioso, são modos de demonstrarmos a nossa atenção e interesse. Hoje é muito difícil encontrar alguém que nos ouça, temos como desculpa o stress do corre-corre do dia-a-dia, ou, quando conversamos, queremos ser o centro das atenções e fazer prevalecer as nossas ideias e opiniões, evitando a manifestação e desejo do outro, deixando de ser uma conversa para ser um monólogo. Hoje a minha predisposição para ouvir nem sempre é a mais assertiva, especialmente com aqueles que me estão próximos, pois as minhas lamúrias, os meus desabafos precisam de ser exteriorizados e também eu necessito de me expressar de modo a que me oiçam. O meu murmúrio hoje é cada vez mais vagaroso e franzino, desaparecendo despercebido no meio da azáfama do momento, sendo cada vez mais difícil encontrar um ouvido atento e acessível. O isolamento, a solidão acompanhada é um sentimento dramático, autêntico, em que a solução depende só de nós, através da nossa sensibilidade e disponibilidade para com os outros. A continuidade com que ouvimos falar, falar, falar, mas sem teor ou conteúdo, causa uma enorme indiferença e insatisfação, levando a desconcentrarmo-nos e direccionarmos o entendimento nas nossas causas, em nós, actuando como indivíduos egoístas e confortávelmnte comodistas.

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