sábado, 31 de outubro de 2015

Olhar vago

De entre os vários pensamentos que escrevo neste espaço e numa das minhas reflexões referi a necessidade do exercício da mente, pois de contrário ficamos vazios e ocos de pensamentos.
 Pois é, revejo-me nesse estado, vazia e oca por dentro. Vazia de ideias e ideais, de pensamentos, de não querer pensar e limitar-me a olhar ou melhor dizendo a ver. Ver só e apenas o que a minha visão consegue alcançar. De momento a minha visão é reduzida e muito simples, mas mesmo assim os meus olhos estão demasiado cansados.
Pensar, não tenho força para tamanho exercício. O que me rodeia absorve toda a minha atenção e capacidade. Sinto-me presa e limitada e mesmo tentado com muita força e esperança não consigo libertar-me desta pequena e recatada visão.
__ Olho as árvores e flores, mas não consigo sentir o seu perfume; observo os pássaros mas não oiço o seu chilrear, as pessoas falam, gesticulam e caminham de um lado para o outro, mas mais uma vez não ouço senão um simples murmúrio, nem sequer oiço o zumbido do vento que entra pela  janela entre aberta, só e apenas a brisa que transporta consigo.
 Desacreditada…, desiludida…., ou será apenas uma enorme saudade e melancolia que me acompanha e naturalmente semeia esta clara evidência de falta de propósito e confiança no futuro???!!!!

domingo, 1 de março de 2015

Estado de alma

 
 
Perdi parte de mim
Perdi a confidente
Perdi a cúmplice
Perdi a melhor amiga
Perdi a pessoa mais sensata que conheci
Perdi a pessoa que sabia o que dizer e agir no momento adequado, mesmo que só mais tarde usufruíssemos do seu saber.
Perdi a lutadora paciente e sofrida que confrontada diariamente com a guerra, sempre nos demostrou as suas conquistas de modo cuidadoso e refletido.
Perdi aquela que mesmo perante um existente tão difícil, idealizava e planeava o futuro de modo criativo e cheio de vivacidade.
Perdi, perdi um enorme pedaço de mim,……que vazio, que insignificância, que sentido sem sentido nenhum…….Mas, mesmo assim o meu coração bate, continua a bater, só que agora não sei por quanto tempo ainda ele bate de dor, de raiva, de angústia e de tristeza. Bate no enorme vazio, bate de apertado e pequeno. Bate de ausência, de tanto desgosto e solidão.
Guidinha! Como é triste viver sem ouvir o som da tua voz, sem poder sentir o teu cheiro, sem presenciar o teu olhar, como é triste não poder tocar-te…….Que saudade, que triste é viver sem a tua presença. Amo-te muito minha querida irmãzinha, tu sabes, sempre soubeste, mas queria poder dizer-te só mais uma vez.
Como é que vou conseguir viver com este aperto no peito, com este nó na garganta, com esta estranha e impossível sensação de que tudo vai ser como antes. Quando é que o amanhecer me trás a real perceção se foi ou não um sonho mau que vivi? Quando é que este desassossego me sossega? Quando? Dizem,,,,,, que os que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós,,,,
Mas o sentimento que carrego é uma estranha e enorme confusão no tempo, é de um desaparecimento longínquo, no entanto tão recente. É de uma imagem permanentemente presente, mas num sonho passado. Encontro-me muito confusa, completamente atarantada com a derradeira verdade da condição de vida ou morte, que me devasta a alma.
Fica em paz.