domingo, 29 de janeiro de 2012

“Amores-perfeitos”

Amores; lindos, vários, inconstantes, distintos, intensos e duradouros, (uns mais que outros), coloridos e de uma profunda beleza, resistentes mas muito delicados, são sem dúvida o que move o ser humano. Uma vida sem amor não vive, não resiste.
Perfeitos! Não, não existem, pois de outro modo perderia todo o encanto, este entusiasmo na procura da alma gémea, a nossa cara-metade. A diversidade é sinónimo de diferença, contudo são as semelhanças que procuramos, são as afinidades que se entrelaçam e as relações desabrocham cheias de esperança e desejo. Assim se constrói um grande amor, quase perfeito, porque amor-perfeito só as flores que assim foram denominadas, talvez para que o ser humano pudesse de algum modo comparar e admirar esta aparentemente frágil e delicada flor e testemunhar a sua gigantesca resistência apesar das adversidades a que está sujeita. Variadas nas formas, tamanhos e cores, estas florescem no inverno, estação do ano com mais intempéries e vendavais. Detentoras dos mais lindos olhares e apreciações, subsistem e perduram para alegrar jardins e canteiros, assim como estimulam o uso da imaginação criadora dos artistas. O ser humano, cada qual com ou à procura do seu “amor-perfeito” deve compreender e espelhar-se nestas flores, simples mas completas, defendem a beleza nos seus mais elementares aspectos; poderá ser transversalmente a sua cor, tamanho ou forma, mas esta, vinda sobretudo do seu interior, da sua raiz; o seu carácter forte e sensível, consistente e estável. Juntas formam um lindo canteiro e irradiam um bálsamo de amor, uma melodia de entendimento e doçura, que ao sabor do vento ultrapassam fronteiras e continentes, como o amor.
O nosso “amor mais que perfeito “, a vida.